Agência da ONU eleva valor de US$ 8 para US$ 10 em janeiro de 2024, incluindo arroz fortificado; há preocupação com situação nutricional e déficit de financiamento de US$61 milhões.
O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, PMA, está se preparando para restabelecer sua assistência alimentar para toda a população rohingya em Cox’s Bazar, Bangladesh. A partir de 1º de janeiro de 2024, a agência atribui o valor mensal do seu vale-alimentação de US$8 para US$10 por pessoa, noticiou a Un News.
Além desse aumento, o PMA distribuirá gradualmente arroz fortificado localmente para a população rohingya, começando em dois acampamentos e se estendendo a todos em Cox’s Bazar e na Ilha de Bhasan Char.
O diretor do PMA em Bangladesh, Dom Scalpelli, afirma que 2023 foi tumultuado para a minoria rohingya, do Mianmar, que passou por múltiplos incêndios, ciclones e, pela primeira vez, cortes de porções alimentares.
Ele avalia que a rápida deterioração da situação alimentar e nutricional nos acampamentos é extremamente preocupante. O representante do PMA afirma que a comunidade de doadores permaneceu ao lado dos rohingyas e graças às contribuições o valor do vale-alimentação foi aumentado e incluído arroz fortificado no pacote de assistência.
Uma queda acentuada nos recursos levou à redução do valor do vale-alimentação em 2023. Em março, o valor para os refugiados foi reduzido de US$ 12 para US$ 10. Uma diminuição adicional, para US$ 8, foi implementada em junho.
O monitoramento do PMA mostrou uma forte queda no consumo de alimentos. O número de pessoas com dificuldades para se alimentar de forma aceitável aumentou de 79% em junho para 90% até novembro de 2023.
A situação nutricional, especialmente entre as crianças, também é preocupante. A desnutrição aguda global subiu para 15,1%, o mais alto desde o início do influxo em 2017, ultrapassando o limite de emergência de 15%, de acordo com a classificação de emergência da OMS.
No último ano, os refugiados enfrentaram múltiplos incêndios e ciclones, inundações durante a monção e os deslizamentos de terra. O aumento da violência e insegurança nos acampamentos, bem como ao tráfico humano agravou a situação. Até 30 de novembro de 2023, 3.468 rohingyas embarcaram em uma jornada arriscada, quase metade são mulheres e crianças.
Atualmente, o PMA tem um déficit de financiamento de US$ 61 milhões para aumentar a ração alimentar para o valor total, agora de US$ 12,50 com arroz fortificado incluso.