Perda da visão e a otite média são algumas das consequências da diabetes que acomete há anos Adilson Tomás, de 57 anos.
Internado na cama número 11 do Hospital Geral de Luanda, Adilson Tomás é um paciente com quadro clínico crítico, devido às complicações associadas à doença.
Para os cidadãos, entrevistado pelo Jornal de Angola, Adilson Tomás sequer conseguia enxergar e a audição era muito reduzida.
Com o auxílio do médico em serviço, o paciente contou que chegou a esta condição por falta do uso dos medicamentos receitados para controlar a patologia principal, que é crónica, lê-se no jornal.
“A medicação é muito cara. Infelizmente, não tenho possibilidades para comprar sempre que necessário, por isso estou nesta situação “, lamentou.
Agitado devido às dores que sentia nos ouvidos, Adilson Tomás revelou que parou de trabalhar devido às sequelas da doença e agora depende de doações de familiares para comprar os medicamentos.
Em relação ao plano do Executivo para subvencionar alguns medicamentos de doenças crónicas não transmissíveis, em que se enquadra a diabetes, Adilson Tomás mostrou-se satisfeito, enxugou as lágrimas e exclamou: “se assim for, muitas vidas serão salvas!”.
Adilson Tomás, e outros cidadãos enfrentam as mesmas dificuldades para a aquisição de medicamentos. É o caso de Pinto Mateus, de 37 anos, que só descobriu que tinha diabetes há pouco menos de dois meses. Pinto Mateus disse que a notícia lhe caiu como uma “bomba”. “Foi difícil reconhecer isso”, frisou.
Disse que no princípio sentia fortes dores no corpo, perdia constantemente as forças nos membros inferiores e começou a emagrecer a olhos vistos. Preocupado com a situação, dirigiu-se ao banco de urgência de Medicina do Hospital Geral de Luanda, onde foi diagnosticado com diabetes do tipo dois. “Nem podia acreditar. O golpe mais duro foi saber que teria de fazer a medicação a vida toda”, revelou com o semblante preocupado.
Pinto Mateus avançou que foi receitado a tomar Glibenclamida e Metformina. “Cada lâmina custa 3.000 kwanzas ou mais, dependendo de cada farmácia. Não tenho condições, porque, devido ao meu estado de saúde, tive que parar de trabalhar. Agora, apenas a mulher cuida da casa e contamos, às vezes, com a ajuda da família”, sublinhou.
O entrevistado revelou que, apesar da doença estar na fase inicial, o sofrimento é grande, acrescentando que a pretensão do Governo em subvencionar alguns medicamentos é uma luz no meio da escuridão. “Seria muito gratificante, principalmente para nós de classe baixa, cuja preocupação é mais para a alimentação, enquanto a doença nos consome”, lamentou.