A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, afirmou, esta sexta-feira, em Luanda, que o alcance da igualdade do género em África exige rever normas culturais profundamente enraizadas, e barreiras sistémicas que perpetuam a desigualdade do género.
Esperança da Costa, que intervinha na abertura da Conferência Regional da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), sublinhou que a desigualdade reforça a pobreza, agudiza a subnutrição, limita a produtividade das mulheres, a contribuição à segurança alimentar, e ameaça a construção da sustentabilidade.
Para a Vice-Presidente, no âmbito do Plano de Actividades 2023-2025 da FDIM /Região África, e no cumprimento dos objectivos de “Potenciar a mulher, contribuindo para a melhoria da sua condição de vida e do seu estatuto social, económico, cultural e político”, é crucial abordar com franqueza e objectividade que caminhos seguir, num Continente que tem feito tímidos progressos no campo do respeito e da valorização da mulher, cuja representatividade na vida pública é ainda mínima.
Nesta perspectiva, prosseguiu, a mudança das normas sociais, o empoderamento das mulheres, as reformas legais, o acesso à informação e as mudanças culturais têm jogado um papel importante para a alteração positiva do quadro, em alinhamento com a Estratégia da União Africana sobre a 4 Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres, que se baseia numa abordagem inclusiva e multissectorial.
“Há que remover barreiras ao acesso à educação e à formação técnico profissional, às tecnologias e inovação, fomentando o empreendedorismo, sem deixar de parte o fortalecimento da capacidade institucional das estruturas ligadas à defesa da família e dos direitos da mulher”, afirmou a Vice-Presidente da República.
Em África, acrescentou a Vice-Presidente da República, o empoderamento tem maiores resultados em contexto de Paz e Estabilidade. “A Paz, constitui o esteio para a realização da Mulher, que se vê, em muitas regiões do continente, vergada pelo peso dos conflitos armados, das alterações climáticas, da pobreza, da luta contra o VIH-Sida, da falta de acesso a terra e da insegurança alimentar”, lamentou Esperança da Costa.